quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Vatapá - Culinária Afro Brasileira

     Uma das heranças mais importantes da inserção dos negros na sociedade brasileira está na gastronomia. Entretanto, muita gente, como boa parte da população brasileira e principalmente os nossos negros desconhecem ou "acostumaram" a ignorar o fato
    O modo africano na arte de cozinhar e temperar incrementou elementos culinários de portugueses e indígenas, recriando tanto sua própria arte de cozinhar, quanto a propria forma á cozinha brasileira.
    Aqui vai uma receita de Vatapá, um prato típico afro brasileiro:

Ingredientes:

  • 500g de camarão seco
  • 2 litros de leite de coco (de preferência natural)
  • 150g de amendoim torrado e sem a pele
  • 150g de castanha de caju
  • ½ molho de cheiro verde
  • ½ molho de coentro
  • 4 tomates picados
  • 2 cebolas grandes picadas
  • 2 xícaras de azeite de dendê
  • 1 colher de azeite de oliva
  • 3 xícaras de farinha de trigo ou aproximadamente 10 pães franceses amanhecidos
  • sal
  • 1 pequeno pedaço de gengibre ralado
Modo de Preparo:

Limpe os camarões, tirando a calda e a cabeça, separando a metade. Bata no liqüidificador o amendoim, as castanhas e metade dos camarões até virar uma farofa homogênea. Dissolva a farinha de trigo em ½ litro de leite de coco frio. Se estiver usando pão, coloque de molho na mesma quantidade de leite de coco. Coloque o restante do leite de coco na panela. Bata os temperos no liqüidificador, coloque a panela no fogo e acrescente a farinha dissolvida, ou os pães., os temperos batidos e a farofa de camarão, amendoim e castanha. Não pare de mexer para não embolar. Acrescente o dendê, o azeite de oliva a outra metade dos camarões inteiros, o sal e o gengibre. Continue a mexer até ferver bem. O vatapá deve ficar com uma consistência firme, mas cremosa. Se ficar muito duro, acrescente mais leite de coco, se ficar muito mole, acrescente mais farinha de trigo ou pão.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Fernando Pessoa



Fernando Pessoa é considerado um dos maiores poetas da língua portuguesa e da literatura Universal.
Ao longo da vida, trabalhou em várias firmas como correspondente comercial. Foi também empresário, editor, crítico literário, ativista político, tradutor, jornalista, inventor, publicitário ao mesmo tempo em que produzia sua obra literária. Como poeta, desdobrou-se em múltiplas personalidades conhecidas como heterônimos, objeto da maior parte dos estudos sobre sua vida e obra. Ele se auto-denominou um “drama em gente”.

Mercado Modelo

    O Mercado Modelo era a principal centro de abastecimento da cidade, comercializado não somente alimentos. Sua história repleta de momentos de dificuldade refletem, acima de tudo, a força do povo baiano.
    Após essa mudança e com o crescimento de supermercados, o Mercado Modelo mudou a sua vocação inicial e passou a comercializar artesanato e outros produtos típicos da Bahia.
Entretanto, um último incêndio aconteceu no Mercado Modelo, no ano de 1984, causando sérios danos ao local. Mas a reforma que foi realizada devolveu a mesma estrutura e reforçou a prevenção contra incêndios. E como todo ponto turístico de Salvador, o Mercado também tem suas curiosidades, como a descoberta de túneis no subsolo do prédio – utilizados para o armazenamento de produtos. Mas as lendas populares relatam que o local servia para guardar escravos recém chegados. E há ainda quem diga que ouve o barulho das correntes dos escravos da época.
     Curiosidades não faltam dentro do Mercado, que além de local para o comércio é também o ponto artístico e cultural, que reúne desde capoeiristas, até músicos e poetas. 

Mar Português - Fernando Pessoa

MAR PORTUGUÊS

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Castro Alves - importância incontestável

   Antônio Frederico de Castro Alves nasceu em 14 de Março de 1847 na Fazenda de Cabaceiras, Curralinho a sete léguas da Vila Nossa Senhora de Conceição Castro Alves.

   Suas poesias davam destaque para o combate a escravidão, motivo pelo qual e conhecida como “Poeta dos Escravos”.

   Aos 21 anos mostrou sua coragem ao recitar em meio a uma comemoração cívica, o Navio Negreiro, onde denunciava os mal tratos aos quais os negros eram submetidos.

Trecho de Navio Negreiro de Castro Alves

Esperai! esperai! deixai que eu beba
Esta selvagem, livre poesia
Orquestra — é o mar, que ruge pela proa,
E o vento, que nas cordas assobia...


Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...


São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão. . .

Quilombos

   Um quilombo era o local de refúgio dos escravos no Brasil, em sua maioria afrodescendentes, tendo como minoria alguns indígenas e brancos.

   Tradicionalmente, os quilombos eram regiões de grande concentração de escravos em cativeiro. Esses núcleos se transformaram em aldeias, dedicando-se à economia de subsistência.


   Os seus habitantes eram chamados de "quilombolas", eram originalmente ex-escravos que fugiram de seus senhores desde o período colonial .O quilombo de maior destaque no Brasil é o de Palmares (Alagoas). Resistiu por mais de um século, transformando-se em um símbolo de resistência africana à escravatura.
 
    Pouco se sabe sobre a organização política do quilombo. As mais famosas lideranças foram de Ganga Zumba e Zumbi. Zumbi nasceu em Palmares, livre, mas foi capturado quando tinha aproximadamente seis anos. Batizado "Francisco", Zumbi recebeu os sacramentos, português e latim e ajudava diariamente na celebração da missa. Mais tarde, aos 15 anos, ele escapou e voltou ao seu lugar de origem. Zumbi tornou-se reconhecido pela sua destreza e astúcia na sua luta e já era um estrategista militar respeitável aos seus vinte e poucos anos.

Importância de Milton Santos - uma das muitas personalidades afrodescendentes

   O baiano Milton Santos nasceu na região da Chapada Diamantina. A família era de classe média, e tanto o pai como a mãe eram professores primários. Hoje ele é reconhecido no meio acadêmico e contribuiu para o estudo dos territórios brasileiros e para a sociedade.

   Na década de 60 e 70, Milton conseguiu abordar com clareza o problema do negro no Brasil, mesmo sendo um período em que o assunto era praticamente proibido. Milton Santos, geógrafo e professor conhecido internacionalmente, recebeu, em 1994, o Prêmio Vautrim Lud, considerado “o Nobel da Geografia”. Um geólogo, ícone da intelectualidade, que muito acrescentou ao País. Foi consultor da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização dos Estados Americanos (OEA) e o pioneiro na análise crítica da globalização e das suas consequências para a população mundial.

    Uma das teorias de Milton Santos era ver o Brasil não como um País em desenvolvimento, mas como um país subdesenvolvido com suas características específicas. Ele entendia que, para resolver os problemas do Brasil, era preciso enxergar também suas características culturais e não só territoriais.


quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Origens da capoeira

Raízes africanas:
    A história da capoeira começa no século XVI, na época em que o Brasil era colônia de Portugal. A mão-de-obra escrava africana foi muito utilizada no Brasil, principalmente nos engenhos (fazendas produtoras de açúcar) do nordeste brasileiro. Muitos destes escravos vinham da região de Angola, também colônia portuguesa. Os angolanos, na África, faziam muitas danças ao som de músicas.  

No Brasil:   
    Ao chegarem ao Brasil, os africanos perceberam a necessidade de desenvolver formas de proteção contra a violência e repressão dos colonizadores brasileiros. Eram constantemente alvos de práticas violentas e castigos dos senhores de engenho. Quando fugiam das fazendas, eram perseguidos pelos capitães-do-mato, que tinham uma maneira de captura muito violenta.

    Os senhores de engenho proibiam os escravos de praticar qualquer tipo de luta. Logo, os escravos utilizaram o ritmo e os movimentos de suas danças africanas, adaptando a um tipo de luta. Surgia assim a capoeira, uma arte marcial disfarçada de dança. Foi um instrumento importante da resistência cultural e física dos escravos brasileiros.

    A prática da capoeira ocorria em terreiros próximos às senzalas (galpões que serviam de dormitório para os escravos) e tinha como funções principais à manutenção da cultura, o alívio do estresse do trabalho e a manutenção da saúde física. Muitas vezes, as lutas ocorriam em campos com pequenos arbustos, chamados na época de capoeira ou capoeirão. Do nome deste lugar surgiu o nome desta luta.

    Até o ano de 1930, a prática da capoeira ficou proibida no Brasil, pois era vista como uma prática violenta e subversiva. A polícia recebia orientações para prender os capoeiristas que praticavam esta luta. Em 1930, um importante capoeirista brasileiro, mestre Bimba, apresentou a luta para o então presidente Getúlio Vargas. O presidente gostou tanto desta arte que a transformou em esporte nacional brasileiro.

Três estilos da capoeira: 
    A capoeira possui três estilos que se diferenciam nos movimentos e no ritmo musical de acompanhamento. O estilo mais antigo, criado na época da escravidão, é a capoeira angola. As principais características deste estilo são: ritmo musical lento, golpes jogados mais baixos (próximos ao solo) e muita malícia. O estilo regional caracteriza-se pela mistura da malícia da capoeira angola com o jogo rápido de movimentos, ao som do berimbau. Os golpes são rápidos e secos, sendo que as acrobacias não são utilizadas. Já o terceiro tipo de capoeira é o contemporâneo, que une um pouco dos dois primeiros estilos. Este último estilo de capoeira é o mais praticado na atualidade.

Acarajé, uma delícia cultural


A Acarajé é uma especialidades da culinária afro-brasileira, sendo o principal prato do tabuleiro da baiana. Feita de massa de feijão – fradinho,cebola e sal frita em azeite-de-dendê. Ela pode ser servida juntamente com camarão seco,vatapá, caruru, pimenta e salada.
O Acarajé dos Iorubás da África Ocidental (um dos maiores grupos étnico da região), deu origem ao brasileiro, e por sua vez semelhante ao Falafel Árabe (comida popular do Oriente Médio). Na África as favas secas e o grão de bico foram substituídos pelo feijão -fradinho.
Acarajé, comida do ritual da orixá Iansã, na África é chamada de Àkàrà que significa : Bola de Fogo, e je significa comer. No Brasil as duas palavras foram juntadas e chamada de Acarajé: comer bola de fogo, foi devido ao seu modo de preparo que recebeu esse nome.
Na Bahia os temperos são mais carregados e saborosos que os feitos para os orixás.


RECEITA:
Tempo de preparo: 1 h
Rendimento: 15 porções
Dificuldade: moderada
Receita Típica da: Bahia

Ingredientes

1 quilo de feijão fradinho
½ quilo de cebola
1 colher de sopa de sal
1 litro de azeite de dendê

Modo de preparo

Coloque de molho o feijão fradinho de um dia para o outro. Esfregue para soltar as cascas e lave para eliminá-las. Passe num moedor junto com a cebola e, depois, bata até ficar uma massa leve. Tempere com sal, camarão seco moído, pimenta e azeite de dendê. Coloque o azeite de dendê numa frigideira e, quando estiver bem quente, frite às colheradas. Servir quente, com molho de acarajé.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Pelourinho

     O centro histórico de Salvador chama-se Pelourinho, por ser o nome dado as correntes que prendiam os escravos africanos, nesse local eram realizadas os castigos em meio a construção das Igrejas(as quais eles não podiam entrar),fortes ,casas e outros.
    A palavra "pelourinho" se refere a uma coluna de pedra, localizada normalmente ao centro de uma praça, onde criminosos eram expostos e castigados. 
    A história do bairro soteropolitano está intimamente ligada à história da própria cidade, fundada em 1549 por Tomé de Sousa, primeiro governador-geral do Brasil (quando D. João III era o monarca reinante), que escolheu o lugar onde se localiza o Pelourinho por sua localização estratégica - no alto, próximo ao porto e da região comercial e com uma barreira natural constituída por uma elevação abrupta do terreno, verdadeira muralha de até 90 metros de altura por 15KM de extensão - facilitando a defesa da cidade. Era um bairro eminentemente residencial, onde se concentravam as melhores moradias, até o início do século XX.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Forte de São Marcelo

O  Forte de São Marcelo, conhecido popularmente como Forte do Mar, localiza-se em Salvador, na Bahia. O Forte destaca-se por estar dentro das águas e ser o único com formato popular no país. Durante a invasão holandesa de 1624, foi o primeiro lugar ocupado pelos conquistadores que de lá dispararam balas incendiárias que aterrorizaram os moradores da cidade, facilitando a invasão.
  Com uma área construída de 2.500 metros quadrados, o seu projeto original, em estilo renascentista tinha o objetivo de resistir melhor às correntes e marés, permitindo tiro em qualquer direção na defesa da cidade e porto de Salvador. Tem formato circular com pátio de 10 metros de largura, separando a torre de um anel perimetral.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Culinária Afrodescendente

Prato Típico
 Cuscuz, feijoada, bobó e moqueca são alguns exemplos da grande presença da cozinha de origem africana em nosso país. A culinária brasileira hoje mostra a resistência da cultura afro-descendente através da comida. 
  Alguns dos principais restaurante e bares das cidades e estados inserem em seus cardápios pratos típicos da cultura afro-descendente. Tudo isso porque há muito tempo atrás, quando o Brasil ainda permanecia colônia de Portugal os escravos africanos trouxeram o seu cardápio para a cozinha brasileira com algumas implementações. Os temperos usados eram o açafrão, o óleo de dendê e o leite de coco. Este último tem sua origem nas Índias e seria usado na costa leste da África já no século XVI, sendo trazido para o Brasil onde é utilizado para regar peixes, mariscos, o arroz-de-coco, o cuscuz, o mungunzá e ainda diversas outras iguarias.

Danças Africanas

Na dança africana, cada parte do corpo se movimenta em um ritmo diferente. Os pés seguem a base musical, acompanhados pelos braços que equilibram o balanço dos pés. A memória é um aspecto ontológico da estética africana. É a memória da tradição, da ancestralidade e do antigo equilíbrio da natureza, da época na qual não existiam diferenças nem separação entre o mundo dos seres humanos e dos deuses.
Nas danças africanas, o contato contínuo dos pés nus com a terra é fundamental para absorver as energias que deste lugar se propagam e para enfatizar a vida que tem que ser vivida neste local. Existem várias danças e entre elas destacam-se: lundu, batuque, ijexá, capoeira, coco, congadas e jongo.

Diversidade Cultural

   Apesar do processo de globalização, que busca a mundialização do espaço geográfico, tentando através de meios de comunicação criar uma sociedade homogênea, aspectos locais continuam fortemente presentes. A cultura é um desses aspectos, várias comunidades continuam mantendo seus costumes e tradições.


   O Brasil, por apresentar uma grande dimensão territorial, configura uma vasta diversidade cultural no seu povo. Os colonizadores europeus, a população indígena e os escravos africanos foram os primeiros responsáveis pela disseminação cultural no Brasil. Aspectos como culinária, danças, religião são elementos que integram a cultura de um povo.